E ignorado assim, mensagens ao vento, emails não lidos, é inevitável não pensar em decepções anteriores.
Não dá para não lembrar de como aquelas pessoas imperfeitas pareciam tão perfeitas no momento em que aconteciam, como você parece agora. E pensando assim, toda magia se acaba. Toda a fé deixa de existir e procura apoio em algo mais palpável, alguma ação, alguma reação que lhe faça parecer diferente de todas as anteriores.
Simpática, bonitinha, carinhosa, frutinhas na geladeira. Nada serve. Tudo se torna dissimulação para que você se pareça perfeita, igual todas as outras fizeram. E o medo vem com uma velocidade, escurecendo minha alma como uma tempestade que se aproxima.
A única coisa que me vem a mente é fugir, por puro instinto, por pura crença de que não vai dar certo. Voltar para meu mundo patético, onde eu tenho controle da situação.
E você nem liga. Não percebe que está acabando. Que não vai ter eu para você se não fizer algo agora para ser diferente.
São muitas gafes, muitas atitudes discordantes simplesmente ignoradas por causa de uma paixão:
“deixa quieto, ela é assim.”
“Não é o que você pensou.”
“Você só está pensando isso por causa de decepções anteriores”
“Se não pode acreditar nela, acredite em si mesmo”…
Chega de poesias mentais, de contos de fada para se iludir novamente, parecer que vai dar tudo certo. Eu não quero pagar pra ver. Não quero sofrer de novo mais uma decepção.
Se está sendo assim agora, como será depois? Como confiar, conversar, ter um diálogo?
Você não gosta nem quer ser comparada, mas hoje é igual a todas as outras até que me prove o contrário. E até que me prove o contrário, eu não te quero mais!
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