Promessa é dívida:
Hoje eu não tenho humor pra escrever poesias de amor a quem me encomenda. Mas penso no ontem, nos olhos puxados, olhando pra qualquer coisa que não seja meus olhos e a inspiração vem.
Os olhos puxados com as curvinhas que os orientais não tem. Os olhos que quando encurralados, enfim te olham de volta e inspiram o mais frio dos mortais. Faz moleques pensarem ser homens a ponto de deixarem por um instante as brincadeiras no quintal. Faz homens virarem moleques, perdidos sem saber como agir.
Peça um sinal, pequeno moleque, e ela sorrirá, criando covinhas que parecem um berço cativante clamando para que se toque o rosto. Não pense mais em nada, toque e se entregue. Mergulhe naquele universo de sentidos. Cheiros e gostos de frutas e ervas. Gostos com sons que esquentam e colorem todo o ambiente.
Hoje eu não tive humor pra escrever poesias de amor, mas penso no ontem, no gosto, no som de sua voz dando sinais de que está tudo certo e a inspiração vem.
E a inspiração veio. Veio o desejo de fazer tudo de novo, te beijar dos pés ao queixo. Beijar teus olhos, tuas covinhas, tua boca, teu ventre. E depois te colocar no colo e responder à sua respiração, dizendo que está tudo certo.
Nem é necessário estrelas no céu para a noite ficar perfeita, mas como negar o presente? Elas apareceram.
Hoje eu não tinha humor pra escrever poesias de amor, mas teve estrelas no céu e a lembrança de ti. Temos um ao outro numa relação colorida e simbiótica. E está tudo certo…
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