Tenho estado muito triste…
Me entristece o jeito que as pessoas agem ultimamente, atacando uns aos outros, não conseguindo enxergar que há outro ser humano em sua frente.
Minha tristeza chegou em um ponto incômodo, quando vi, na página do BBB, pessoas atacando a Lina, a chamando pelo pronome masculino, dizendo coisas horríveis. Eu consigo compreender o quanto é difícil entender a transexualidade. Mas se ela pede pra ser tratada no feminino, o que custa?
Mas isso é só uma gota nesse oceano todo. Eu não preciso ir longe. Me deixa triste também ter que tirar uma prima de minhas redes por causa de sua incapacidade de dialogar sem ofender, da necessidade dela e de outras pessoas em afirmar suas percepções alegando que quem pensa diferente é menor, do mau e precisa ser apedrejado.
Eu estou triste sobretudo pois hoje não sei mais em quem confiar. Casos de dengue surgindo como mágica, as vésperas de uma eleição, depois de dois anos onde só se falava em covid, me deixam na dúvida. Começo a cogitar que os ‘negacionistas’ não estavam tão errados.
Mas sobre negacionismo então, enquanto ando no mercado, sem máscara e sem vacina, percebo minha impotência. Não há mais prazer em viver num mundo onde um simples mamão custa 22,00. Não dá pra pagar por chocolate o bastante que me devolva toda a endorfina que preciso.
Ainda me resta um pingo de força de vontade em ser empático, em acreditar que aquela prima tem uma boa intensão em seus atos extremos, e que aquele ser que xinga uma pessoa diferente, apenas está se defendendo de suas próprias dores e ignorâncias.
Eu ainda consigo prestar atenção a minha respiração, ao ar que ainda me é gratuito e preenche meus pulmões antes de eu clicar o enter, antes de soltar minha voz sem filtrar o que devo. Suspiro, comunico com ‘não violência’, tento fazer minha parte, mínima, como aquele beija-flor da fábula.
Mas estou triste e muito cansado.
Me dá um abraço…
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