(dedicado a minha melhor amiga!)
A sensação é de agonia. Não consigo trabalhar. Parece que não tenho mais nada a fazer por enquanto. Como ver um filme do qual você já sabe o final. Como dar uma volta no quarteirão. Sinto que nada mais me resta a não ser esperar. Esperar o que!? Não sei ao certo.
Um dia desses, eu peguei um livro e chorei ao descobrir que constantemente trocamos nossos guias. E eu chorei por que era o momento: Eu estava me despedindo de meu anjo. O anjo que me acompanhou durante toda a minha infância ia embora. Outros guias viriam, mas já não cuidariam tanto de mim pois já não precisava mais de tantos cuidados. Eu já sabia voar.
Chorei muito pois além da fé que tinha nas palavras daquele livro, eu sentia que era exatamente isso o que estava acontecendo. Mas não tinha como evitar. Meu anjo estava indo embora.
Eu só não sabia que isso acontecia também com nós humanos. Somos anjos uns dos outros e temos nossos períodos cármicos em que nos aproximamos de outra pessoa e cuidamos e somos cuidados.
Então hoje eu choro de novo, mas não leio nada. Sou eu quem escrevo as palavras. E não choro de tristeza, é apenas emoção. Uma emoção que desconheço, uma alegria orgulhosa misturada com um medo do meu futuro ou do seu futuro. É tudo muito estranho…
É muito estranho te deixar partir assim, mas é assim que tem que ser. Tenho que me abrir para um próximo período, uma nova pessoa para eu cuidar ou cuidar de mim. Afinal, um dia eu te joguei de um precipício para que aprendesses a voar, e você aprendeu! Aprendeu bem e eu fico feliz.
Ainda me sinto um pouco responsável por tudo e não consegui ainda tirar os olhos de você para cuidar de minha própria vida, mas sei que logo você foge de vista, e então não terá como ser diferente.
São 10 anos de conquistas, de alegrias, tristezas, brigas e prazeres. Muitos desses ofuscados, apagados no meio da fumaça que surgiu quando os sentimentos mudaram de estado, como água ebulindo.
O que eu sei é que eu escrevo tudo isso com um enorme nó na garganta que dói, mas não me impossibilita de sorrir e de adiar até o último segundo a nossa despedida.
Eu te desejo novamente toda a felicidade do mundo, por que você é muito especial para mim, me apresentou um sentimento que eu jamais conheci, que é mais intenso do que qualquer paixão que eu já tive, qualquer amor que já passou em minha vida. Que só nós dois entendemos, pois não é comum pessoas terem esse sentimento.
E como não existe um verbo pra descrevê-lo, eu uso o de sempre, que confunde todo mundo que não nos conhece: Eu amo você!
Um beijo do fundo do coração e um abraço super apertado….
Pronto, guria, eu já te soltei… Olha pra frente, mantenha o equilíbrio… Você está andando sozinha!!!! (e eu não vou de patins ao seu lado, pois a ultima vez nos ralamos todo!)
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