Caxias do Sul foi bem interessante. Não teve muita coisa pra fazer. Apenas um trabalho que pagou a estadia da semana, empatando os gastos, sem lucros mas sem prejuizos.
Ao menos pra mim. A guria que rachou hospedagem comigo não conseguiu trabalhar, e ainda teve problemas que a obrigaram a voltar pra casa dela no meio da semana. Me propus a leva-la, o que rendeu uma boa viagem com um bom papo que nos aproximou.
Neste mesmo dia, recebi uma chamada do aplicativo (worldpackers) aprovando uma das aplicações que eu fizera. Meu destino estava no trilho novamente, mas me levando pro lado oposto que eu planejara: Teria que voltar para o litoral e não pelo continente como eu havia planejado desde o início.
Ter essa porta aberta, me causou algo estranho. Ao mesmo tempo que eu ficava feliz por ter um novo caminho a seguir, eu fiquei agoniado pois a porta estava ali, e eu teria que sair. Deixar pra trás tudo o que vivi em Gramado/Canela, paixões, sonhos, amigos e inimigos.
Então, na tentativa de me ressintonizar, eu sai totalmente de minha vibração autêntica e baixei muito meu ‘nível’. Sai de minha frequência, agredi o outro ponto pra tentar entrar em sintonia, e causei estragos irreversíveis. Tentei arrumar retornando pra Gramado, pra me redimir, olhar nos olhos, mas não tive êxito.
Estava selado o final da temporada Canela-Gramado. Tudo o que eu conquistei ali, ficaria ali, lacrado, velado, na forma de lembranças, sem nada sólido. Sem nada concreto.
Era hora de ir embora.
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