Eu nunca acreditei na Lei do Retorno, aquele lance de que ‘aqui se faz aqui se paga’. Por que durante tanto tempo eu fui tão correto e honesto com as pessoas, meus clientes, meus amigos, namoradas, família… Eu fui tão correto e sincero com o Universo e comigo mesmo que não me cabia acreditar nessa lei pois nada nunca me veio. O valor que eu pagava era muito alto e injusto.
Eu via pessoas ruins se dando bem, a corrupção sendo rentável, a trapaça dando ótimos resultados. E um dia quando eu falei que eu não acreditava nisso de ser provido por ser uma boa pessoa, uma cliente minha me disse ‘então por que você continua sendo tão bom?’, e eu respondi apenas que era de minha natureza.
O ano de 2019 foi tão mágico que eu percebi que estava fazendo o movimento certo. Por não acreditar, eu nunca esperei contar com ninguém, mas me surpreendeu poder contar com meus clientes incríveis que acreditaram que eu continuaria com eles, mesmo estando longe. Mais do que isso, me indicavam e me supriam com novos trabalhos e novos clientes e parcerias. E eu percebi que sendo correto e justo, além de leal ao que prometia, eu poderia estar em qualquer lugar do mundo que eles estariam comigo.
Percebi que isso se aplicava além dos clientes. Se aplicava também aos amigos, que assim como os clientes me indicavam, e cresciam em uma rede de encontros e reencontros, pessoais ou virtuais através de redes e comunidades.
E de repente eu estava nesse lugarzinho que estou hoje, na verdade um pouco mais acima, Morro Reuter e Gramado, com pessoas que iriam embora depois mas que deixariam marcas profundas e eternas em meu coração.
Dai veio 2020, pra testar a todos e sobretudo a mim, me colocando em um cenário de desafios, me desafiando a continuar sendo tudo o que eu me propunha a ser. Como se o Universo apontasse o dedo em minha cara e risse com sarcasmo dizendo “chega de alegrias, quero ver você sucumbir”. Mas eu olhei pra dentro, respirei e continuei, com a mesma perseverança de sempre, sem esperar nada em troca.
Eu me reconheci e novamente reconheci as pessoas com quem eu podia contar, reconheci que talvez essa tal “Lei do Retorno” não fosse sobre conquistas e benefícios da vida, mas sim o retorno energético, social. Receber de volta a energia de pessoas que, assim como eu, eram justas e corretas com seus princípios. Pessoas que tinham os mesmos valores que eu pregava tanto.
E nessa história toda, dentre todas as pessoas especiais que me circundavam, entre amigos, clientes e parceiros, havia uma que passava por todas as categorias. De amiga a parceira de negócios, de cliente a chefe, me instruindo e solicitando trabalhos, e por isso, mantivemos contato direto, criando um elo de Dois Irmãos(RS), até Santa Rita (SP), onde eu me mantinha preso pela pandemia.
Essa mesma pessoa me impulsionou a iniciar o ano de 2021 (ou fui eu quem impulsionei). Mergulhamos no nomadismo novamente e depois de rodarmos juntos por um monte de lugares incríveis no Brasil, agora estamos em Dois Irmãos e é ai que tudo começa bagunçar os pensamentos em minha cabeça. Por que até então, eu não acreditava nessa tal Lei do Retorno, mas hoje, eu e ela fomos pra Gramado, ver as luzes e espetáculos de Natal e lá, em um espetáculo grandioso, ao som de Allelujah de Leonard Cohen, meus olhos encheram de lágrimas e eu, que nem cristão sou, me senti abençoado.
Um religioso poderia me julgar, me chamar de hipócrita e dizer que renego a Jesus. Meus inimigos poderiam jogar indiretas nas redes sociais, invejosos desdenhar de minhas conquistas. Eu poderia ser bloqueado por pessoas que amo, ter a energia roubada por pedintes e marginais, mas ainda assim, eu ouso a dizer que estou sendo abençoado. E sobre aquela tal ‘Lei do Retorno’, eu começo a cogitar que exista de fato como é pregada.
Em um ano que muita gente se perdeu, se quebrou, adoeceu, eu fui abençoado com grandes conquistas. Eu me sinto pleno e sinto que tenho tudo o que preciso, por que nos piores momentos, me mantive íntegro.
Clientes, parceiros e amigos me suprem de absolutamente tudo o que me é necessário para ter momentos como aquele, ouvindo Aleluiah em um show de ópera maravilhoso, de mãos dadas com a mulher mais linda do mundo.
Eu não rezo, não louvo a deus nenhum. Não faço promessas nem oferendas. Mas também não corto caminhos, não roubo moedas e ainda assim, sou rico e me sinto abençoado. Abençoado por um deus que hoje eu reconheço dentro de mim e se manifesta em minha boa intensão e respeito.
Eu recebo hoje a benção do Universo por ser quem fui durante esses 45 anos de minha vida, e queria que soubesse que sou grato a você que me lê por continuar comigo. Mas além de você, há alguém pra agradecer de forma única e especial: meus pais que me ensinaram a ter a índole que tenho. Meu pai e minha mãe, yin e yang, sol e lua, céu e terra, alimento e abrigo, que plantaram em mim a educação de falar baixo, de ser correto, respeitar acima da própria vontade e sobretudo, saber silenciar e esperar.
Foi por eles que mesmo sem acreditar nessa tal lei, eu continuei sendo o que me instruíram a ser e cá estou, abençoado.
Muito obrigado! Muito obrigado mesmo.
A ti, minha gratidão. Sinta-se abraçado por toda a felicidade e plenitude que eu emano neste momento. A receba em forma de carinho e energia pra seguir para mais um ano que os astros dizem, será difícil, mas vinte e um me abençoou e eu estou preparado. Estaremos juntos. Pode contar comigo!
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1 Comment
Clau, pode não deixar este comentário, se preferir, mas gostaria de compartilhar com você. Este texto me lembrou de uma msg do padre Fábio de Melo. Eu acredito em Deus (apesar de não ter religião), porém entendo demais o que você sente. Olha que bonito o que ele diz… “(…)Sobretudo num tempo em que a gente vê os estereótipos da religião sendo usados de maneira tão inadequada entre nós. Às vezes, se nós fossemos menos religiosos e mais espiritualizados o mundo ganharia mais conosco. Eu gosto de dizer que a religião é a ante sala da espiritualidade. Às vezes as pessoas passam uma vida inteira na ante sala e não chegam ao lugar principal. (…) O que nos salva não é o aglomerado de paredes onde rezamos, mas é a estrutura de caráter que essas paredes provocam em nós quando rezamos. Se não chega a provocar uma mudança em nós, de nada vale. É por isso que se nós levarmos a sério a nossa oportunidade de sermos seres espiritualizados e, por acaso, religiosos, nós nos tornamos instrumento de profunda transformação no mundo, porque onde existe um ser humano espiritualizado, nele está presente a solidariedade, o amor, o respeito, a fidelidade e quem está munido destas virtudes, pensa 2, 3 vezes antes de desqualificar alguém que crê de forma diferente.(…)”