A semana na casa de Aline foi deliciosa. Recarregou as baterias, energias e bolsos (recebi pagamentos que estava esperando receber). Paguei minhas dívidas com ela e então estava novamente de volta à estrada na condição que sempre estive – sozinho! Apenas eu e Samanta.
Aline fez falta. É gostoso viajar com alguém que responde suas perguntas em voz alta. Por que Samanta responde apenas com o olhar, e só o que ela acha realmente relevante. Mas enfim, lá estávamos nós dois na estrada, rumando para Torres, pra auxiliar nossa querida amiga em sua agonizante espera.
Eu decidi fazer o caminho mais longo e mais agradável (como sempre), por que se aquela espera é agonizante, a chegada é o que menos importa mediante o caminho. E lá fui eu pela Rota do Sol, passando pelas saudosas Nova Petrópolis, Gramado e Canela.
Como esses trechinhos me encantam, me trazem uma saudade boa, lembranças de momentos intensos com pessoas maravilhosas. Só passei, curtindo a paisagem pela janela do carro, sem descer.
A Rota do Sol, na hora dourada (nome que se dá na fotografia para a hora que o sol já está baixo e o céu começa a ficar alaranjado) é a coisa mais linda do mundo. A estrada, embora sinuosa, é ampla e bem cuidada, e nos permite admirar as montanhas ao redor, com suas pontas iluminadas pelo últimos raios solares.
E nesse momento, recebo um áudio de minha maninha gaúcha, Dani, que está no México e com a qual eu não falava a muito tempo. Nunca um audio de 3 minutos me alegrou tanto e era tanto amor e energia vinda de todos os lados, que não poderia ter sido mais perfeito.
Já cheguei em Torres pronto para o trabalho, e assim seria. Minha anfitriã sai todos os dias as 19h pra ficar com a mãe no hospital, e a partir dai, eu sou o responsável pelo hostel. Recebi instruções básicas e em menos de 30 minutos estava no comando.
A semana foi basicamente assim. De tarde ficava por aqui e por estar aqui, acabava cobrindo a recepção até as 17h quando exigia a presença de alguém pra sair pra passear com a Samanta. Passeava, voltava a tempo de tomar um banho e estar disponível antes das 19h e então ficava revezando entre atendimentos do hostel e trabalhos particulares meus e de clientes.
Isso é muito bom pois me permite conhecer de perto cada hóspede, fazer amizades, por em prática atendimento que eu gosto, e também ter tempo para meus trabalhos e projetos, embora alguns deles estão meio parados por falta de motivação.
Falando em motivação, Sam me parece cansadinha. Isso as vezes me deixa preocupado. Mas eu devo lembrar que ela não é mais um filhote. Tem dormido bastante, anda mais devagar nos passeios, embora na praia, explode! Sai correndo, brincando de morder e jogar areia pra cima. Dai eu fico tranquilo de novo.
Dai quando a gente volta pelas calçadas da Beira Mar, ela vai toda ponpoza na frente, a uma certa distância e as pessoas ficam vislumbradas. Alguns mais ousados a param e se questionam se ela está perdida. E ela parece responder, olhando pra mim e seguindo adiante. Eu sorrio para os admiradores e seguimos juntos.
Eu não ligo mais para nada. Deixo a vida me levar de acordo com o vento e as circunstâncias. A minha única e maior preocupação hoje porém, é com o bem estar dessa menina. Eu deixo ela andar na frente, mas nunca tiro os olhos dela. A coisa mais preciosa que eu tenho na vida.
A propósito, eu fiz um novo adesivo. Bem bonitinho, com o mesmo desenho da Sam, mas dessa vez ele é um pouco maior, com forma menos definida, mais limpo, em vinil transparente, com estrelinhas que saem do desenho principal e dá um efeito bem legal quando aplicado em superfícies mais escuras. Chega no final do mês e eu vou enviar pra você com um cartão postal se você quiser… Comenta ai em baixo!
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2 Comments
Trecho maravilhoso. Saudades imensas de quando morei em Gramado.
Eu também gosto muito de lá. Passei 1 mês maravilhoso naquela região.