Estou escrevendo isso pela tela do celular, deitado em minha cadeira de praia, às 22h da segunda noite de minha jornada.
O primeiro dia, meu melhor amigo, meu irmão, esteve aqui comigo. Ele se foi agora é estou aqui voltando aos poucos de meu estado de alpha.
Tem duas rodas de pessoas aqui perto. Ouço as conversas das duas, e embora sejam até papos interessantes, hoje prefiro estar só.
A lua cheia está gigante bem atrás de meu celular, à frente de meus olhos, e a anestesia parece que só agora está indo embora: essa é minha nova vida.
Esse é o segundo dia de uma jornada sem fim. Eu não sei o que vai acontecer, mas sei que será assim, contemplativo, a luz das luas e estrelas, sem meu antigo lugar pra voltar.
Eu ainda não parei pra pensar que se eu cansar, meu colchão não está mais lá no quarto. Nem tem quarto, nem aquela casa é mais minha naquele condomínio.
Então eu mudo o foco, da tela do celular para a lua e vejo que existe uma aura de luz circular enorme envolta dela (como chama mesmo isso?), então eu penso que talvez, já já, isso vai me bastar quando eu cansar.
Por que é lindo, energiza, relaxa. Me faz contemplar, meditar, ser maior.
Todo mundo diz que é coragem, mas talvez eu esteja de olhos fechados, desesperado. Eu tenho medo.
Mas a lua ilumina, retoma a minha fé, e me traz o pensamento: vai passar.
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