Agora sou eu quem fico calado na mesa de um bar. Ouvindo atento a conversa alheia, tentando aprender alguma coisa. Alguma coisa francesa, além de meus filminhos pop americanos. Cultura mais útil sobre minha total inutilidade mental.
Olho para minhas latas de seleta de legumes enquanto legumes frescos são cozidos e picados com a faca mais afiada. O vinho doce de outrora, agora nem é mais demi sechi. É seco, cabernet, ou outros ets que não ouso pronunciar, como o nome de um bar em italiano.
Me sinto coagido, mas não coibido. Eu digo a mim mesmo que há uma discrepância cultural, e abro os olhos para ver o que tenho que aprender. E se alguém me dissesse, eu não me ofenderia, pois sei até onde vai minha cultura e sei bem até onde quero que ela vá.
De 28 a 30, de 30 a 34, as mulheres mais velhas são sempre mais velhas, e parece necessidade natural, instintiva tratá-lo como filho, mais do que como homem. Por que filho tem que aprender, ser educado, e não tem sexo. Mas é um prazer quase sexual calá-las com um silêncio sábio, deixando-as ser donas da situação, como um bom predador, se fingir de vitima.
Me vitimo sim, pela minha discrepância cultural, reclamada ontem, invertida e sofrida hoje, mas não humilhada ou ofendida. A vejo como uma corda sobre minha cabeça, que exige esforço mas me permite escalar. E escalo, acordo mais cedo para trabalhar e sair dessa situação de filho para virar homem. Vou buscar o que almejo, embora ainda seja tão obscuro o que eu realmente almejo.
O cheiro das mãos parece com o de minha mãe. A fumaça de cigarro trás o prazer e conota o ato inútil, sem compromisso, sem intensão de procriar, auto-destrutivo. Prazer por prazer, gozar por gozar, estar por estar, simplesmente, aguardando não sei o que. Estocando lágrimas.
Os textos são pra ser lidos, e serão. Pelo ontem, pelo hoje, e talvez até mesmo pelo amanhã. E me intriga como serei interpretado. Como será interpretado um texto assim tão duo, sem muito sentido.
É só um monte de palavras incultas, soltas ao mar que navego, só por que eu estou com vontade de gritar, então inibido, apenas escrevo bobeiras….
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