Quando a gente está nessa de viajar, estamos sempre fora de nosso ambiente, e por isso temos que nos remodelar a cada instante, tomar novas formas, nos lapidar, as vezes até nos mutilar, pra cabermos, pra nos encaixarmos.
Então, as vezes, você encontra um lugar tão certinho, tão exato às suas formas e percepções, que lhe causa aquele conforto que citei no post anterior.
Minha forma não é certa ou errada, nem a forma do outro é certa ou errada. Eu não sou melhor nem pior que o outro, somos apenas diferentes. O ‘problema’ (entre aspas, pois problemas são relativos e quase sempre irreais) aparece quando o outro tenta impor sua forma, roubar sua posição, tentar pertencer a um lugar que ele não pertence.
Em minha tentativa de ser sempre zem, eu respiro e me movo, cedo o espaço. Mas, nem sempre isso é suficiente pois não há meditação nem atrito que fará algumas peças se encaixar no lugar a que não as pertencem, e essa ‘aflição’ causada, contamina o todo, fazendo com que a atmosfera mude.
Eu não caibo mais, o outro não cabe nunca, e tudo fica incômodo, para todos, para o meio.
Mas a minha jornada é taoísta, eu sou taoísta, acredito que não há problemas, que tudo é lição, tudo está ok, como deve ser.
Então me cabe entender o por que de tudo isso estar acontecendo, e discernir se tem algo para eu absorver, ou é algo para me fazer seguir.
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