…Eu pedi para não estar mais sozinho, Eles me atenderam… Mas o que é estar sozinho?
As vezes em uma boate, no meio de um monte de gente, eu me sinto mais sozinho do que em qualquer outro lugar. As vezes sozinho em meu templo eu me sinto muito mais acompanhado…
Duas, três, quatro mulheres em sua cama simultaneamente talvez não te completarão mais do que uma simples e única.
Eu percebi então que solidão é relativa. Ela não é simplesmente um estado físico. É um estado de espirito, um estado de alma, que não se muda com afeto, nem carinho, nenhum beijo, nem mesmo sexo.
Eu não acredito que Eles não tenham me entendido. Acho que Eles entenderam bem quando eu pedi, mas quiseram me mostrar que a solidão está em minha alma e que não adianta eu querer o mundo se minha alma é tão solitária.
Com meu ego ferido e minha carência cativa, eu sigo um caminho novo e estranho, diferente do caminho solitário que sempre percorri. Esse novo caminho é cheio de gente, pessoas más e pessoas maravilhosas, que me colocam em seus colos, me colocam em seus ventres, ora me sulgando, ora me alimentando, ora consumindo, ora me suprindo e é tudo tão confuso, pois o Zero se mantem….
Todos os planos não se concretizam, muitas espectativas são frustradas mas de uma maneira assistida. Como quando se é criança e se deseja muito um brinquedo que vimos no comercial e esperamos ansiosamente a meia noite de Natal, mas quando temos aquilo tudo em nossas mãos todas as ideias de como iriamos brincar somem em nossas mentes, e a gente brinca só um pouquinho, um tanto sem graça, e vai dormir….
Hoje, partes de mim estão ausentes. Meu ego fora tão massageado que agora se recolheu e eu nem sei como ele está, minha conciência diz que embora relaxado, ele está um pouco ferido, mas ela também não esta aqui para me explicar direito o que isso significa. Minha consciência caminha sozinha por ruas escuras, olhando os morcegos nas árvores, sem querer pensar em nada. A minha memória está embriagada, deitada em alguma sargeta, tendo flashs de momentos maravilhosos, vomitando o que não fez bem. E minha parte fisica está aqui, integra, digitando essas palavras sem muito nexo.
Amanhã minha memória volta, depois de ter vomitado tudo o que lhe fez mal, vai achar que pode se embriagar de novo. Vai se encontrar com minha conciência distraida e juntas vão querer cuidar de meu ego ferido que ainda dorme. O pior é que essas duas vão lhe oferecer o remédio que aparentemente vai curar tudo, e os três juntos vão convencer esse meu corpo físico e conciente que esse é o melhor remédio e que eu devo busca-lo novamente….
Por favor, conciência, volta pra casa, vamos conversar sobre tudo isso! E, Memória, pare de se embreagar para fingir que tudo é lindo e que não existem problemas…. Agora eu vou me lavar e dormir junto com meu ego, ele precisa repousar, e essa ferida vai se curar sozinha. Não posso mais dopá-lo assim. Não quero e não posso mais consumir esse remédio.
A solidão é relativa, meus Anjos sabem disso e estão me mostrando. Eles gritam bem alto em meu ouvido “Sussega essa carne e alimenta sua alma, e então aguarda que o encontro está próximo”
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3 Comments
oi!
profundo seu texto. Eu entendo o q vc quer dizer (acho que entendo) pq percebi. Mas pra mim foi de uma paz muito
singela e especial, embora admito ter visto em seus olhos, enquanto vc me olhava de cima (através de mim), uma coisa muito mais profunda que o meu ventre…
Se uma nova massagem aliviar essa solidão – nem que seja um pouquinho, venha!
beijos
E nessa, meu amigo, te acompanho. 😉
eu fico calmo quero mais