Vivendo essa vidinha mediana. Eu não entendo mais ninguém. Estou em reuniões e vejo chefes, clientes e fornecedores mexendo os lábios e sorrindo pra mim, e estou em outro lugar. Não entendo uma palavra do que dizem, não entendo suas razões, e sorrio de volta.
Se você ameaça me abraçar, perguntar o que é que eu tenho, por que estou tão distante, eu vou chorar antes mesmo de responder, e talvez só te abrace de volta. Mesmo por que, não vou ter ouvido a pergunta, só terei sentido uma energia estranha a mim, e abraço….
Quero seu dinheiro apenas pra comer, mas o que eu quero mais é o seu amor, e um pouco de empurrão, para eu chegar até o próximo dia dessa minha vidinha medíocre.
Me sinto um alien, e me encontro de volta na reunião. O que diziam mesmo? Não me interessa… São planos para o ano que vem. Tanta coisa vai acontecer até lá, como posso me programar? Não pretendo estar aqui, nem ai, nem em um lugar só. Quero parar com isso, quero minha liberdade.
Mas eu não consigo me mexer. Inventaram essa regra que eu preciso de vocês para me empurrarem. E então eu fico aqui, inerte, inócuo, descrente. Eu não consigo mais enxergar, não me interesso mais. Está tudo tão estranho.
É.. meus textos escuros voltaram. Talvez seja apenas uma faísca de inspiração proveniente da melancolia. Talvez uma tentativa de chamar atenção: Me vejam, me guiem, me amem! Me empurrem….
Enfim, de qualquer forma, eu não sulgo ninguém. Não sou aproveitador, ignorante, inoperante parasita. Não vivo as custas de uma mulher ou um sogro. Tenho vida própria, mesmo que medíocre. Sou cego, surdo, mas quando acordo posso ser meu próprio rei.
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