Hamatzah entrevista Claudio
24 de abril de 2009Hamatzah entrevista Claudio
24 de abril de 2009Vira Latas 2 – Mijando em Postes

Eu já deixei sua porta, mas minha mente não! Andando por ruas virtuais, todos os lugares, todos os atos, eu penso em você.
Eu sei por que me incomoda tanto. Minha auto-analise descobriu. É uma retomada de uma perda do passado. Tudo se parece muito com uma pessoa que eu perdi, literalmente. Em uma disputa eu perdi uma pessoa, e tudo é parecido. Perdi novamente!
Como se eu não pudesse ter um osso desse tamanho, tão belo e tão suculento. É só um osso que eu não posso (e quero) ter.
E fico assim, de tempos em tempos olhando pra trás, enquanto caminho. Mijando em postes, demarcando território, com a esperança que você me perceba e me siga pelo meu odor, pelas minhas fotos, músicas, atrações sem espectador.
“Espectador” poderia se originar de “espectativa”. Se não na real (nem vou pesquisar), para mim é isso. Eu espero que você tenha espectado todas as pistas que eu venho deixado enquanto parto, para que você, em algum momento perceba quão bom cão eu poderia ter sido, e me encontre através dos postes mijados, me pegue no colo e me leve pra casa.
Essa era virtual é péssima. Podemos nos transformar em uma grande vitrine, para que todos nos vejam. Mas o vidro fumê não nos permite ver quem nos assiste.
Eu sei de algumas pessoas que me assistem, caladas, sentidas, assistem sem mais me dar assistência pois rosnei para elas. Rancaram o meu belo osso. Pelo menos é assim que eu penso. Bobeira…. Pensamentos inóspitos, insólitos, de alguem que anda pelas ruas sem rumo, querendo culpar outro alguém pelos seus erros.
Veja-la, outro poste. Me dê um minuto, preciso mijar!
(veja: Cachorro Vira Latas (a parte 1))