Ontem e hoje eu chorei por aqui. Ontem chorei quando entrei na Serra do Corvo Branco, por sentir o quão minúsculo eu sou, quão meus problemas são pequenos e quão meu deus (com d minúsculo), esse que eu acredito, é real e presente.
Hoje eu chorei novamente. Por certo desespero, em uma live no instagram, pois as coisas estavam dando errado.
Diria que lidar com a intuição é complicado, pois ela é quase invisível e imperceptível as vezes. Então eu me senti sozinho, liguei o celular, fiz uma live no Instagram e acabei chorando. Pouca gente viu e foi melhor assim.
O que acontece, em síntese, é que pra mim, a Samanta não é um bebê. Não sou paizinho dela. Ela é minha cachorra e eu a trato como tal. Mas o que ela faz e fez por mim e pra mim, me faz ser eternamente grato por ela, e ter um amor tão grande quanto eu provavelmente terei por um filho.
Então, pra mim ela é uma cachorra, mas pra você, ela sou eu! Sim, ela faz parte de mim, somos um só ser! Pra gostar de mim, tem que gostar dela, pra me aceitar, tem que aceitar ela, pra prende-la, tem que me prender também, e se você quiser prende-la, e consequentemente me prender, eu não fico, não tem papo!
Eu sai, sem destino, sem chão. Só sai. Sem entender por que os dias anteriores foram tão mágicos, e de repente levo uma dessas… Já respirei… Já retomei a sanidade. Tá tudo bem.
É só aquele tipo de gente que te faz desviar, pra pegar a rota certa que você deve seguir. Viver em movimento tem dessas coisas… Só não mexa com minha cachorra!
Aconteceu que eu passaria 28 dias em meu próximo safepoint (lugar que eu fecho trabalho por hospedagem segura por períodos mais longos), um hostel em Praia Grande SC. O meu anfitrião disse que tudo bem eu ir com a Samanta.
Cheguei ontem lá por volta das 19h, ele estava me esperando. Meio secão, com jeito de badboy. Me apresentou o lugar, me mostrou onde eu ficaria, e foi embora.
Eu iria ficar em uma lavanderia adaptada. Sim, vc não leu errado. O cara tirou o tanque de uma lavanderia e colocou camas. A cama, era um beliche rústico, feito de madeiras cruas, e o estrado era feito de toras irregulares com um colchão fininho. O lugar tinha cheiro de mofo, e me senti dormindo num mata-burros. Sem contar que acordei umas 3 vezes com a gata dele dentro do lugar, rosnando pra Samanta, por que a lavanderia não tinha uma janela que fechasse (era uma abertura, com uma grade aberta por onde a gatinha passava).
Respirei, tentei me adaptar. Mas de manhã, quando ele chegou, perguntou se a gata tinha brigado com a Samanta, eu contei tudo pra ele e contei o episódio de ontem, quando fui pra sala (pois lá na lavanderia nao pega o WiFi), a Samanta deitou do meu lado e a gatinha ficou em cima da mesa vigiando.
Foi então que ele disse com tom autoritário e mal educado “cachorros não entram dentro de casa!”. E continuou “e se chover, ela terá que ficar presa”. Eu respondi que conversaríamos a respeito, então ele virou as costas e entrou.
Já fiquei puto e comecei a arrumar minhas coisas pra ir embora. Numa segunda tentativa de diálogo, entrei e perguntei se eu devia alguma coisa pra ele. Ele novamente ríspido disse “só arrume suas coisas logo, pois eu preciso sair”.
Foi o que eu fiz. Pedi desculpas por ter havido uma falha na comunicação, e ele disse que não houve falha.
Então vai se f%#&r seu c#s@0. Fui eu que entendi errado que você era um babaca… Segue o jogo!
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Lidar com o ser humano nunca é fácil. Prefiro os cachorros também.