A moça bonita

Algumas vezes na minha vida eu já dei uma volta extra no quarteirão para olhar uma moça bonita que andava pela calçada, e eu acho que todos nós já fizemos isso pelo menos uma vez.

Geralmente eu escrevo meus textos com uma afirmação de quem sabe o que está dizendo, mas já joguei um “eu acho” no primeiro parágrafo, pois eu não tenho certeza de nada que vou escrever aqui.

Eu acho que o Universo sempre tem planos pra gente. E para aqueles que tem medo do destino, pois se sentem como se não tivessem controle de suas próprias vidas, Ele te deixa escolher, colocando uma moça bonita andando na calçada.

Uma vez li num livro de Paulo Coelho, que quando esquecemos algo e temos que voltar pra pegar, geralmente é um ato de proteção de nossos anjos, para adiar nossos passos e fazer as coisas acontecerem no tempo, ou evitar que outras coisas ruins aconteçam. E “eu acho” que é assim também quando aparece uma moça bonita andando na calçada.

Tudo isso pode parecer superficial, mas é muito mais profundo do que o jeito que eu estou tratando. Por que eu não estou falando simplesmente de atração sexual por uma moça bonita andando na calçada. Estou falando de paixão. Amor besta, cego.

Você pode dar uma volta no quarteirão para ver uma moça bonita que nem sabe quem é. Que pode ser chata, suja, marginal. Só para ver. E você pode dar uma volta na sua vida inteira por uma paixão, que não tem fundamento, que não te serve, que te faz desviar de um caminho certo, só para ver!

Na nossa concepção humana sim: Só para ver! Mas “eu acho” que são planos do Universo, para adiar nossa ida, e fazer dar tempo das coisas acontecerem como Ele planeja. Nos deixando a sensação de termos escolhido, pela moça bonita ou por qualquer outra moça que esteja prestes a virar a próxima esquina e topar com você, e não toparia se você não tivesse dado uma volta extra no quarteirão. Para promover o encontro ou protejê-la deste encontro. Fazer acontecer ou evitar que aconteça.

Enfim, eu não posso escolher nada. Talvez até possa escolher quais caminhos percorro, mas não tenho como definir os percalços que encontrarei, por que serei constantemente provocado e talvez uma bela moça bonita caminhando pela calçada, atrase minha chegada, ou me faça chegar exatamente na hora que devo.

Eu poderia pedir ao Universo que não me faça me apaixonar mais pelas pessoas erradas, mas como Ele poderá me guiar pelos caminhos certos se não for pelos instintos, desejos e paixões?

Como posso lavar meus olhos, se não existir irritação para promover as lágrimas?