No capítulo (post) anterior:
“Eu sai, sem destino, sem chão. Só sai. Sem entender por que os dias anteriores foram tão mágicos, e de repente levo uma dessas… Já respirei… Já retomei a sanidade. Tá tudo bem.
É só aquele tipo de gente que te faz desviar, pra pegar a rota certa que você deve seguir.” (post Não Mexa com a Sam)
Dai por conta de sair mais cedo, de chegar mais cedo em outro lugar, você reencontra alguém que não esperava. Alguém que te envolve de um jeito, que te chacoalha por dentro de uma forma que eu não imaginava que poderia ser chacoalhado depois de adulto.
Mas minha vida nova é em movimento e pela primeira vez nessa jornada, eu senti um desconforto desse vai em vem da maré, que traz e leva embora. A alegria de cada permissão que eu recebi e o desespero de cada passo pra trás. E no final, quem veio e foi, pela primeira vez me pegou forte.
Eu fiquei triste, a Sam ficou triste, e eu tive vontade de voltar pra terra firme, onde não existe esse risco de cruzar com sereias feiticeiras, de cantos perigosos.
Mas como tudo até agora, são amores ou dores, que me movem por onde eu tenho que ir, eu enxugo meus olhos e olho pra frente. Ainda tenho caminhos a seguir e daqui a pouco eu entendo novamente por que isso aconteceu assim. O ônibus partiu, eu voltei pra meu safepoint atual, onde ainda tenho alguns dias pra cumprir. E depois a gente vê o que acontece.
Será apenas carência ou será algo real? Algum tipo de introdução, pra promover um plot twist* ali na frente, num próximo episódio ou na terceira temporada?
Não sei… Mas de qualquer forma, me fez me sentir vivo novamente. Fiquei triste, fiquei incomodado, me senti estranho. E tudo que ficou foram cheiros e lembranças. Bruxarias aplicadas: fragrâncias pra me retomar a energia, e um frasquinho de felicidade, que eu guardarei fechado, pra nunca evaporar, nunca sumir, como todo o resto sumiu na névoa fria dessa cidade chuvosa.
*plot twist é o nome que se dá quando acontece uma reviravolta no enredo de um romance.
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