Minha melancolia dói tanto quanto dói um botão antes de sua flor desabrochar. Dói como se crescesse algo dentro de mim, explodindo, rompendo minhas folhas, rompendo minha carne, para desaflorar, se mostrar, explodir em cor e poesia.
O que eu sei é que temos que correr atrás do que nos faz correr. Nossos sonhos, nossos desejos, nossas inspirações. E não seria justo eu ou qualquer outro impedir você de correr atrás dos seus.
O importante é que você corra de olhos abertos e perceba quando, de repente alguém corre ao seu lado. Para onde quer que você vá, alguém vai contigo, até que, sem perceber, vocês estão correndo juntos para outra direção.
Minhas folhas estão se rompendo e eu explodo em emoções corrigueiras que se tornam banais. Mas tudo o que eu queria era cantar essas músicas para você. Que fazem tanto sentido que parecem escritas para mim, como esse texto parece ser escrito para ti.
Tudo o que eu queria era olhar para o lado e ver você correndo comigo. Ou quebrando o romantismo, como auto defesa eu diria “ver qualquer alguém correndo comigo”.
Minha melancolia me dói tanto quanto dói uma câimbra, dizendo que é hora de parar. Que não devo mais correr, devo respirar. Relaxar por um momento, tomar de volta o fôlego. Observar o que existe ao meu redor.
Tudo o que eu queria era reduzir a minha existência em um único colo, reduzir o tamanho de meus sonhos a um pequeno ser, pequena criança em SEU colo. Me alimentar em seus seios, me aninhar novamente em seu ventre, sentir novamente esse calor que me envolvia com as pernas e que se foi sem eu perceber.
Minha melancolia dói tanto quanto dói um botão antes de sua flor desabrochar. E tudo o que eu queria era que você despejasse algumas gotas de água sobre mim, para que essa dor fosse breve e eu despertasse com mais cor.
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