A tempos venho pensando em escrever esse texto, mas sempre adiava por outros afazeres menos importantes. Então hoje eu vi um vídeo sobre uma menininha chamada Rachel Beckwith.
Em seu aniversário de 9 anos, ela desejou arrecadar U$300,00 para levar água potável para 15 pessoas. Ela conseguiu apenas U$233,00 e prometeu a sua mãe que em seu próximo aniversário, iria se empenhar mais. Porém, morreu 1 mês depois em um trágico acidente de carro.
Trágico apenas em nossas concepções humanas. Este acidente e a morte de Rachel, comoveu uma sociedade que decidiu realizar seu sonho. Lançaram uma campanha que arrecadou 1,2 milhões de dólares, suficientes para levar água potável para 60 mil pessoas na Etiópia.
Lá, Rachel se tornou imortal.
Aqui, eu tive uma irmã. Ela beneficiou dezenas de crianças com aulas de ballet. Morreu cedo, com 28 anos, mas por seus esforços e trabalhos sociais, tem uma praça com seu nome na pequena cidade de Santa Rita do Passa Quatro. Aquela placa escrita “Praça Juliana Rozante” também a torna imortal, assim como Rachel.
Nós humanos temos uma dificuldade enorme em lidar com a morte. É comum vermos pedidos de orações para enfermos moribundos, porém é importante lembrar que a morte é a cura para grandes dores, e pedir fervorozamente que uma pessoa doente fique viva, é solicitar que ela continue sofrendo. Peça somente paz e força para que seus familiares compreendam e se confortem em sua decisão.
Muitas pessoas se prendem a vida de tal maneira, que na hora de suas mortes, simplesmente não vão. Sofrem e permanecem sofrendo junto com seus amigos e familiares. Em coma, em estado de pouca ou nenhuma consciência, ou até mesmo totalmente consciente mas tão apegados a vida da matéria, que preferem continuar com suas dores carnais em vez de simplesmente descansarem ou “passarem de fase”.
Um dos meus maiores medos é sentir novamente a dor de uma perda, como tive da minha irmã. Sou egoista o bastante para desejar ir primeiro, antes de qualquer um que me promova essa dor. Porém, sofro apenas pela saudade que me preencherá nos primeiros dias. Procuro ter ciência prática de tudo o que eu falo e penso: A morte não é despedida!
O mais importante não é evitar de morrer, mas sim, evitar matar. Matar o tempo, matar o momento, matar o próximo, fisica ou espiritualmente, e principalmente, não matar a si mesmo. Viva com plenitude, trabalhe ao máximo para criar sua imortalidade, mas quando chegar a sua hora, ou a hora de alguém querido, deixe ser, deixe ir, vá sem medo e com orgulho de uma missão cumprida!
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Antes eu a perseguia, hoje, deixo-a ao acaso. Depende da sorte, começar a viver a vida e ao final encontrar a morte.