Os problemas parecem estarem sempre reunidos, programando a hora certa de atacar. Em todos os setores, por todos os lados.
Outro dia pela manhã, eu chorei muito. Desespero momentâneo, sem saber o que fazer. Mas a luz irradia sobre mim, crava em minhas costas minha responsabilidade, minha sina e minha armadura. Discernimento e pureza que carregarei até o fim de meus dias na terra.
Ontem sai de carro e duas vezes eu vi duas meninas chorando. Duas ocasiões diferentes. Uma chorava contida, com suas dores escoltadas por duas amigas que a afegavam. Outra, um pouco mais tarde, andava sozinha, com óculos escuros no sol do meio dia. Chorava muito, quase desesperada. Tive o lapso de querer voltar, e abraça-la sem querer saber o motivo de suas lágrimas…. Raciocínio imediato, discernimento, segui meu caminho, estava tudo certo ali.
Quantas pessoas no mundo naquele exato momento choravam? Choros contidos ou choros desesperados. Choros como de minha mãe quando minha irmã partiu, ou como o de meu pai, na mesma ocasião… Quantas pessoas naquele momento choravam o fim de um relacionamento. Quantas crianças com joelhos ralados em brincadeiras? Quanta energia o mundo recebia naquele exato segundo por choros em toda parte?
Mas quantas pessoas riam, para o mundo não sucumbir naquele exato momento? Naquela mesma esquina, quantos sorrisos.. Na cidade, no País, quantas pessoas faziam amor, ou simplesmente transavam, irradiando orgasmos e prazeres intensos. Quantas pessoas choram e riem agora!?
O mundo é perfeito. É um equilíbrio excepcional e é necessário discernimento para enxergar no escuro. Compreensão e paciência para entender esse grande aquário de humanos, nadando em sinas e carmas, lições e provas. Cada um com suas dores e prazeres, motivações, pensamentos, intenções e ideais.
Se é minha hora de morrer, pode ser a hora de alguém matar. O mundo cuida e cria o nosso encontro. Se é minha hora de chorar, pode ser seu melhor momento, e você estará em meu caminho para segurar minhas mãos enquanto eu grito de dor.
O que eu busco hoje é paz! É saber discernir quando tenho que matar, ou quando tenho que viver. Me mexer, ou me resguardar apenas assistindo. Quero ter todos os sentidos a postos, aguçados. Perceber o mundo em todas as direções e ter a força divina para aceitar cada segundo com sua perfeição e equilíbrio magnifico.
Se eu chorar, quero ter a certeza que meu choro é assistido. Se eu lutar, quero estar certo de lutar pelo correto. Se eu parar, que minha inércia seja propícia e coerente. E que eu seja compreendido pelos outros e recompensado pela resolução da agonia.
Eu não tenho mais carmas a partir de hoje, mas cravo em minhas costas o símbolo do discernimento e pureza de espírito, para que não esqueça minha essência. Para que, mesmo sem carma, eu não esqueça que lutei muito para chegar até aqui, e mesmo já recompensado, não posso me aposentar agora. Ainda não. Eu cravo em minhas costas esse símbolo para ter discernimento, para lembrar que quando for minha hora eu terei a paz que mereço!
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