Texto escrito em 2007 por pequenas partes através do scrapbook do orkut.
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Prefácio
Por um breve momento, eu vou perturbar seus sonhos, invadir sua mente e bagunçar sua casa
Apenas por uma semana, eu vou aceitar suas injúrias, e vou rir de sua cara quando chegar meia-
Minha personalidade polida e racional irá morrer por um tempinho, e só por um breve momento, vou brincar com você
Bem-vindo ao meu parque de diversões, bem-vinda a minha cama flamejante. Serei um mau menino, só um poquinho, por um breve momento… Divirta-se
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Parte I – Intro
…Trabalhos o mantinham ocupado, algumas aventuras pela noite e então ele voava para a marquise de algum prédio, da onde ficava observando a vida dos humanos. Pronto para mergulhar quando avistava alguem em perigo, uma nova aventura, salvar outra vida e devolve-la a um lugar seguro.
Wanna play? Be my pleasure!
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Apendice I
“Tu és muito ignorante, oh ser perturbado pelo passado…. Não vais brincar em meu carrosel, não verás as feras dos adestradores. Tudo o que te resta é a escuridão de teu próprio trem fantasma…..” E então ele voltou para sua marquise e assistia de longe, sem que o pobre mendigo pudesse o ver, ou ouvir…
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Apendice 2
“Tu és muito ignorante, oh ser perturbado pelo passado…. Não vais brincar em meu carrosel, não verás as feras dos adestradores. Tudo o que te resta é a escuridão de teu próprio trem fantasma…..” E então ele voltou para sua marquise e assistia de longe, sem que o pobre mendigo pudesse o ver, ou ouvir…
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Apendice 3
“Pequeno aprendiz, cuidado com tuas palavras e com as sementes que tu plantas. As plantas que tu regas são pragas que empenarão tua porta e te impediras de entrar ou sair. Repares quando me julgas te seguir, que teus passos constam em meus rastros.”
Ele subiu o mais alto que podia, e seu aprendiz que o seguia ficou perdido. Deu voltas no quarteirão e começou a seguir o próprio rastro. Rodou em circulos por uma noite inteira.
Já era madrugada, quando o guri se sentou na guia e começou a chorar. Ele olhava lá de cima, flutuando nas nuvens. Já não era mais tão bondoso e gargalhava maleficamente. Sabia que a lição viria, e não sentia mais remorso sobre a dor de seu pupilo, que continuou seus lamentos por toda a madrugada.
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Parte II – Amorpho
Ele não era melhor do que ninguém a quem salvava. Apenas escolheu essa vida, com o livre arbitrio que lhe foi concedido, e a todos os humanos. E por isso, como gratificação, ganhou alguns dons.
O poder da cura, o poder da co-criação e o incrível poder de ter a forma que quisesse, ou nenhuma forma.
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Parte III – Carma
Durante suas primeiras vidas, todos os amavam. De sua marquise solitária observava e aparecia a qualquer um antes mesmo que o chamassem. Era o real anjo. Amado, solicitado mas esquecido e muitas vezes incompreendido.
Suas ações as vezes soavam radicais. As pessoas não entendiam os caminhos que o destino teria que dar e as voltas que ele dava pra contornar o destino de quem queria ajudar.
Ele sangrou várias vezes, e várias e várias vezes usou seu poder amorpho para simplesmente desaparecer…
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Parte IV – Momentos
Os momentos invisivel se tornaram tão frequentes que logo ele foi esquecido. Mas não abandonou quem o abandonava. Sempre vigiando do alto, surgia ao menor vestígio de uma lágrima. Estancou muito sangue, enxugou muitos olhos, deu muito colo, passou fome para alimentar coiotes. E sumia novamente, no meio da nevoa da madrugada.
Ora no alto, ora caminhando sob sombras, ele pensou varias vezes em desistir de sua missão. Mas então o maior de todos os desafios lhe apareceu, para lhe lembrar de quem era e a que veio…
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Parte V – Gumes
Duas vertentes lhe cercaram. De um lado o ódio puro, do outro o amor absoluto. Ambos com a mesma freqüencia, o atacando ao mesmo tempo, lhe obrigando a raciocinar e administrar seus atos. Era a sua vez de sangrar e nenhum ser iria aparecer para estancar seu sangue. Ele ficou pesado, não conseguia mais subir em suas marquises. Passou apenas a se esconder nas sombras…
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Parte VI – Batalha
Sangrando, caido, no breu das noites solitárias, sendo atacado ainda mais a cada hora, teve seus objetos danificados e saqueados, foi iludido, pisado, chutado, e mesmo assim continuava amando e trabalhando os dois seres de amor e odio que o cortavam. Incompreendido, cumpriu sua missão e foi enfim deixado, mas sangrava muito. Achou que não sobreviveria. Pensou morrer e matar. Mas preferiu simplesmente deixar por um momento sua forma original. Se tornou humano, com medo, pintou seu rosto para assustar e manter distante aqueles que o assustavam.
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