Em menos de 7 dias, eu não sou mais quem eu era semana passada. Exceto por algumas coisas…
Tudo que eu relatei no último texto, que não acontecia em todo o mês de abril, aconteceu em velocidade assustadora em uma única semana. Eu não sou mais quem eu era semana passada.
A armação de meus óculos está diferente. Aliás, meus óculos estão diferentes, enxergo melhor com eles agora. Enxergo meu equipamento novo, meu novo carro, com mais espaço pra dar caronas. Até meus dentes estão diferentes, limpos!
Eu ando até sorrindo por ai. Mais leve, aceitando as coisas, brincando com minha sobrinha, fazendo piadas com as pessoas, como costuma ser minha essência, mas as vezes algo me vem a mente, eu me lembro e minha risada fecha. Ainda que meus olhos continuem sorrindo, minha boca retrai.
É por que embora tudo tenha mudado, eu ainda ainda estou aprendendo a te amar desse jeito novo. Amar seus vôos solitários, suas ausências e silêncios. Acordar sem ‘bom dia’, sem mensagem nem novidades. Nem sinto mais as dores de suas bicadas em minha mão quando tento te cuidar. Na verdade, estou aprendendo a não te cuidar. Te amar sem estender mais a mão. Te amar assim, desse jeito desproporcional, desigual e descuidado. Irresponsável. Sem desejar nem esperar nada, sem querer estar junto. Estou aprendendo a amar diferente do jeito que eu acho que é amar.
Eu estou quase pronto. Já está definido, e se tudo der certo, eu saio dia 10. Pro lado oposto. Atenderam aos meus pedidos, me incentivaram a seguir, para um lado ou para o outro, ‘vá pra Goias’, ‘vá pra Iguape’… Com opiniões diferentes, divergentes… Deu na mesma. Eu tive que tomar a decisão por mim mesmo como tem que ser. Mas foi bom. Ao menos me deram as mãos, para que eu não sinta falta de outra mão, com dedos entrelaçados.
E Abril está indo embora, como um mês que só existiu em uma semana. Pra dar tempo de tudo se encaixar, no último momento. Podia ter pulado todo esse tempo, pra haver menos saudades, brigas e agonias. Mas o Universo precisa de tempo pra fazer as coisas acontecerem e eu já sei disso. Desaprendi e ele vem com um soco no estômago pra eu reaprender.
E eu ainda preciso de tempo pra aprender de fato a amar diferente. A mudar um pouco o foco, prestar mais atenção a quem está aqui do lado, logo ali, do outro lado da rua, bem perto de mim, me chamando pra passear no por do sol, pra deixar passar.
O Universo é assim e eu sei. Tanto que estou deixando escapar alguns sorrisos despretensiosos. É assim que eu sou de fato. Mas as vezes, de repente, eu tenho essa mania de querer chamar a atenção pela melancolia. Eu me engano achando que é necessário, mas na verdade não preciso disso. Só que distraído, faço e de tanto tê-lo feito, tem gente que nem me enxerga mais. Não entende quando tento fazer rir. Que tolo eu sou. Ou que tola é você que me leva a sério demais!
Eu não sou mais o mesmo de trinta dias atrás. Muita coisa mudou, outras eu ainda estou aprendendo. De qualquer forma, hoje eu sei de duas coisas:
1- O Universo não tá nem ai para meu tempo. Ele faz o que quer, no tempo que ele quiser!
2- Eu sou bem melhor sorrindo
(ainda mais agora, que meus dentes estão mais limpos, e meus óculos me permitem me enxergar melhor no espelho)
“Então me encontre debaixo dos céus azuis
Me encontre de novo, na chuvaDeve se encontrar só nesse mundo
Você tem que se encontrar só”
(Oceans – Coldplay)
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