Quase um mês que não passo por aqui… Eu disse que ia parar um pouco pra escrever meu livro, e nada de livro. Na verdade, estou tendo muito pouco tempo pra qualquer coisa.
Em resumo, nossa passagem por Santa Rita se baseou em trabalho, trabalho e mais trabalho. Muito trabalho profissional da Show It e da ADA (agência da Aline) e o que era pra descansar, se tornou cansativo. Minha mãe questionava toda hora com a Aline “o que ele tem?”. Não tinha nada. Apenas mil e um trabalho pra fazer com tempo curto, que mesclava o prazo do cliente ao tempo final de estar em terra firme, com estrutura e wi-fi.
Sobretudo deu tempo de revisitar a árvore mais velha do Brasil, um Jequitibá Rosa que me traz tanta nostalgia, e reve-lo depois de adulto, teve um significado muito especial.
E então marcamos o dia da partida pra após o feriado da Proclamação (15). Sairíamos dia 16, mas ainda havia tanta coisa pra fazer, e os adesivinhos novos atrasaram e só chegariam dia 16. Nos demos mais um dia e nada de adesivinhos. Fiquei muito irritado com isso e um monte de outras coisas. Essa irritação é iminente em Santa Rita e nem foi pelas pessoas de sempre, pois eu estava em paz com as pessoas.
Receber um “eu te amo” de minha sobrinha foi rejuvenescedor, e então partimos, no dia 17, sem adesivos.
Viajamos por pouco mais de 300km até a primeira parada, Águas de Santa Bárbara e uma nuvem negra permeava sobre minha cabeça. Soltamos as mãos por um momento. De repente eu comecei a sentir que algumas coisas me tiravam do meu fluxo natural, me faziam querer achar alguma racionalidade em minhas distrações, aquelas distrações que eu treinei por tanto tempo. Algumas coisas queriam me trazer para a terra novamente. Como a nossa primeira anfitriã, uma garota que estava organizando um belo evento pra retomar sua vida de DJ, e nos julgou fortemente por não termos tomado a vacina.
Me peguei pensando “por que mesmo não tomo logo essa vacina?”. Porque não, oras. Por que eu virei pra direita se a casa de meu primo é pra esquerda. Porque eu me distraí e quero estar tranquilo com essa distração. É ela que me conduz. “Graças a Deus”, por que o Universo é meu deus. E assim terá que continuar a ser.
Águas de Santa Barbara é uma cidade lindinha, com um balneário de águas fortes e chuva intensa, banhado pelo Rio Pardo, lindo, imponente, seguindo seu fluxo sem pensar, ‘graças a Deus’.
E pra onde a gente vai a seguir? Me deixa sem saber pois eu quero que seja assim.
Em cima da hora, achamos um camping em Campo Mourão, um lugar lindo, na beira da represa de uma Usina. E naquele meio do deserto verde de soja, havia algumas árvores pra fazer sombras em nossa estadia de 3 dias antes de chegar em Foz do Iguaçu. Mas então era sexta-feira e no terreno do lado havia um espaço de eventos, e teria um show, e começaram a passar o som e toda a paz se foi com aquela música sertaneja altíssima. E pensamos que não haveria paz de noite. Não tem lugar pra ir, mas a gente foi embora.
Paramos numa casinha de airbnb, mais barata que o camping, bem estruturada, com tudo o que precisávamos pra esperar o dia de ir pra Foz do Iguaçu, pois pensamos demais e andamos rápido antes. Dá pra parar agora. Dá pra ver uns filmes e conversar um pouco, colocar algumas peças no lugar. Aquelas peças que quebraram quando tentei por os pés no chão.
Eu posso dizer com certeza, que se eu colocar os meus pés no chão, eu morro. Se eu parar pra pensar em tudo isso, eu desisto. Porque na verdade, não tem uma razão pra ser assim. É assim simplesmente por que é, e se a gente tentar achar um por que, a gente definha. Então me deixa continuar flutuando, voando em fuga ou busca, mesmo que eu busque algo que não saiba o que é. Quem é que sabe?
Entre lágrimas e abraços, vamos como os rios, que fluem sem pensar e a gente vai atrás, e se houver uma queda, a gente cai junto e tende a ser um grande espetáculo. Lá vamos nós…
Depois de 3 dias em Campo Mourão, enfim era a data de chegar em Foz. Mais um achado de AirBnb. Outra casa bonitinha com um belo de um quintal gramado pra Sam ficar enquanto íamos aos lugares que ela não poderia ir.
As Cataratas do Iguaçu são realmente lindas e entram pra lista dos lugares mais lindos do mundo, junto da Serra do Corvo Branco e outros lugares. E o mais lindo é que as peças estão novamente encaixados e eu abraço essa garota, pra receber juntos a benção em forma de gotículas de água que a cachoeira nos joga: “e quando eu me lembrar desses momentos incríveis, é você que estará em minhas lembranças”.
Nosso tempo em Foz foi curto perto de tudo o que queríamos fazer. Há muito pra se fazer lá e assim como em outras passagens, passamos sem aproveitar direito, por que não planejamos direito, e tudo bem…
Miramos para o próximo destino e fomos. Só vamos…
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