Hoje eu olho para trás e percebo o quanto eu não sabia.
Ontem, saindo da cidade, faltando pouco mais de dez minutos para a meia noite do dia 31, eu passei por muitos lugares. Entre ruas vazias e casas movimentadas, cachorros assustados correndo pela rua enquanto outros acendiam rojões com uma visível ansiedade pelo novo ano.
Em uma varanda um senhor sozinho em sua cadeira confortável, na outra casa logo a frente, alegria tanta que transbordava para fora da rua, com meninas dançando em suas roupas brancas, ostentando suas taças de plástico com frisantes ou um líquido qualquer. Ao virar a esquina, pessoas nas praças, desconhecidas que se abraçariam logo mais, em simples ritual.
Peguei a estrada e era só eu agora. Samanta dormia tranquila no banco de trás pois não havia mais barulho de fogos para se preocupar. E a pista era só minha e foi só reflexão.
Percebo as pessoas reclamando do ano que passou e me lembro do quanto já reclamei também. Mas hoje, sei que a culpa de todas as dores e alegrias que vivemos é exclusivamente nossa.
Reclamar da vida, da casa, do bairro, do país, ou de pessoas, da vizinha, do papa ou do presidente, hoje me soa tão banal, e me dá tanta vergonha pensar que um dia já fiz isso. Por que o ano não foi uma merda. Apenas sua vida é que foi, e continuará sendo, independente do horário. Não vai mudar nada à meia noite.
Minha vida era uma merda, e eu teria tido mais 12 meses de merda se não tivesse tomado uma atitude que mudou tudo ao meu redor e junto me mudou.
Então eu não desejo nada a mim, mas desejo a você! Desejo que tome as rédeas de sua vida e pare de terceirizar culpas. Se mecha, se aloque, se refaça. Por que tem mais doze meses pela frente e nem o presidente nem Deus (qualquer que seja seu deus) está preocupado com você. É muita prepotência achar que o Universo se move pensando em seu bem estar.
Acredite nisso e faça algo a respeito. Pare de reclamar e rezar e aja. De qualquer forma… Sentado numa varanda, festejando com taças pro alto, soltando rojões ou sendo ativista ativo contra eles. Só pare de reclamar (ou rezar) em vão. Tenha atitudes mais concretas.
E quando dezembro do próximo ano findar, talvez você também tenha uma pequena pena de ler algumas besteiras nas redes sociais, e assim como eu, dará meio sorriso em piedade e pensará “puta merda, como eu sou feliz”…
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Eu renasço um pouco a cada dia em que aceito a minha existência, autêntica, genuinamente imperfeita. Hoje, a felicidade para mim é isso…me descobrir e surpreender-me comigo mesma.