Eu já deixei sua porta, mas minha mente não! Andando por ruas virtuais, todos os lugares, todos os atos, eu penso em você.
Eu sei por que me incomoda tanto. Minha auto-analise descobriu. É uma retomada de uma perda do passado. Tudo se parece muito com uma pessoa que eu perdi, literalmente. Em uma disputa eu perdi uma pessoa, e tudo é parecido. Perdi novamente!
Como se eu não pudesse ter um osso desse tamanho, tão belo e tão suculento. É só um osso que eu não posso (e quero) ter.
E fico assim, de tempos em tempos olhando pra trás, enquanto caminho. Mijando em postes, demarcando território, com a esperança que você me perceba e me siga pelo meu odor, pelas minhas fotos, músicas, atrações sem espectador.
“Espectador” poderia se originar de “espectativa”. Se não na real (nem vou pesquisar), para mim é isso. Eu espero que você tenha espectado todas as pistas que eu venho deixado enquanto parto, para que você, em algum momento perceba quão bom cão eu poderia ter sido, e me encontre através dos postes mijados, me pegue no colo e me leve pra casa.
Essa era virtual é péssima. Podemos nos transformar em uma grande vitrine, para que todos nos vejam. Mas o vidro fumê não nos permite ver quem nos assiste.
Eu sei de algumas pessoas que me assistem, caladas, sentidas, assistem sem mais me dar assistência pois rosnei para elas. Rancaram o meu belo osso. Pelo menos é assim que eu penso. Bobeira…. Pensamentos inóspitos, insólitos, de alguem que anda pelas ruas sem rumo, querendo culpar outro alguém pelos seus erros.
Veja-la, outro poste. Me dê um minuto, preciso mijar!
(veja: Cachorro Vira Latas (a parte 1))
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