Duck faces e a situação sócio econômica do País

Um simples pedido vira uma bomba atômica e então discorro sobre o assunto.

“Parem com as selfies fazendo biquinho”

Era tudo o que eu tinha a dizer, de maneira simples, direta e superficial. Apenas por questão estética. Meninas lindas ficam feias e caricaturizadas com seus bicos de pato. E não tem quem discorde disso. Ou pensei que não teria.

Mas fazer biquinho na selfie é como pedir coca-cola no restaurante. Naquele momento de pressão que o garçom lhe pergunta o que vai beber, você sem tempo de raciocínio opta pela primeira coisa imposta que lhe vem a mente. O pedido que eu faço então é:  ‘crie mais!’

Tudo bem que você goste de Coca-Cola, dai você pede a sua com ciência do que está fazendo, sabendo exatamente o que lhe será servido. E é o mesmo com o biquinho.

O biquinho teve sua origem em 1996, quando Dorotéia Margarida Donald quis simular em uma foto que estava mandando um beijo para suas inimigas, como sinal de superioridade e indiferença às críticas feitas a sua pessoa.

A partir de então, essa mania tomou conta das mulheres, que espalharam auto-retratos com duck-faces por todos os meios e redes sociais, exprimindo  indiferença e auto-estima elevada.

Mas sugiro que pensem, queridas amigas: Pode ser Pepsi?

Rola uma rápida criação? Um beijinho no ombro, olhos fechados e meigos ou um simples e belo sorriso? Será que sua face com outra feição que não um bico de pato não pode ser mais agradável e contextualizada?

Claro que não, esbravejam nas redes sociais. “Libertem as duck faces!”. Com grande oposição as Margaridas atacam, ignorando qualquer argumento. Passam a fazer mais selfies com biquinhos ainda, só pra contrariar, pra mostrar sua indiferença às críticas, como sua fundadora pretendeu.

Então se estabelece a falta do discernimento. Sai curtindo tudo por ai, o que é belo e mais ainda o que é feio, pobre, sem teor. Para que os menos providos se elevem em suas ignorâncias e se achem auto-suficientes. Sem cultura, sem educação, sem noção, sem aptidão nenhuma. Sem emprego, mas com bolsa família e seus crediários das Casas Bahia.

Um brinde à Fanta Uva. Um brinde ao amargor da Soda Limonada.