Antes de mais nada, quero explicar o título desse texto. Coloquei o mesmo título de um texto passado pois assim como o outro, este vai provocar muita gente, ou algumas. Assim como o outro são idéias soltas. Apenas sentenças individuais e pontiagudas, em forma de grito.
Extravaso, explicitação de uma angústia. Um sentimento mal definido que mescla perda com alívio. Perda por não ter vencido, e alívio por ter juntado as peças a tempo e decoberto que se eu vencesse, o troféu não serviria pra nada. Seria um elefante branco na minha cama, empatando minhas fodas mais gostosas com uma foda medíocre e ordinária…. Sentiu, né!? Não diga que não avisei. A coisa aqui vai ser pesada. E vai ser direto (para “você”, mas não é paravocê, propriamente dito! De qualquer forma, leia por sua conta e risco…
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O foda de cuidar de criança é que qualquer coisa que aconteça com ela, a culpa é sua! Se ela vomitar no tapete, foi a comida que você deu. Ninguém vai ver as porcarias que ela colocou na boca enquanto você não olhava.
Falando em por na boca, hoje fico me questionando o por que você não punha coisas na boca. Creio que era um trato com seu amigo imaginário, o homem do armário, o pequeno palhaço. Algo do tipo “eu topo te dividir com ele, mas não ponha ele na boca se não eu não te beijo mais”.
Minha índole me diz para ser homem e honrar meu compromisso quando assumo um relacionamento, então eu tenho tranquilidade quando retomo o passado contigo: EU sim posso afirmar “nunca traí”. Mas tenho raiva quando lembro de cada rastro que você deixou e eu simplesmente perdoei (por que você é criança, então a culpa é minha).
Falando em índole e caráter, quando esse egoismo que é o sentimento de perda se dissolve, o alívio vem forte, quase me faz flutuar, por não ter você mais por perto. Por que aquele mendigo que rondava minha casa farejando a comida podre que estava aqui, levou o saco de lixo pra bem longe quando eu o descartei. E só então eu percebi o quanto estava podre. Isso não tem nada a ver com índole, né!? Parece que não, mas tem sim!
Outra coisa que eu me vem a mente é que o anticoncepcional que eu lhe pagava serviu em dose dupla! (Se é que me entende). E que bom que você jogou longe a última caxinha quando tivemos nossa última briga. Pelo menos não houve disperdício. (se era sempre usado por 2, não deveria ser usado por um só. Embora nunca se sabe, né?!?! Quando se tem o hábito… Você teria arrumado outro logo depois _ se é que não arrumou).
Hábitos… Vícios!!! Você parou de fumar? Ou o Ricardão nem se importa com o gosto de cigarro em sua boca? Aposto que se importa, pois de acordo com minha tese anterior, ele se importaria com outros gostos mais sutís… E mentir? Você parou? Pois me lembro que era viciada em mentir também. Alias, acho que toda sua vida até aonde eu sei, é uma grande mentira, até uma fuga de uma violência (que também me questiono se é verdade).
Bom, o importante é que eu to gritando, e você está bem longe. E sorte minha não ter mais seu telefone. Sorte não ter ido te visitar, pois foi mais suave descobrir por escrita que você vai se casar com o cara que se escondia no meu armário do que se eu tivesse visto com meus próprios olhos. Ai não ia segurar o riso e depois ia vomitar (que você quando comeu porcaria na rua colocou a culpa em mim).
Enfim, no final eu olho pra trás e agradeço aos meus anjos toda a dor. Cada um tem o que merece e eu não mereço pessoas como você. Com esse texto azedo, parece que sinto alguma coisa, mas não sinto não. É só saudade daquela bonequinha marionete (mão fantasiada), que quebrou, eu joguei fora e o mendigo levou. Que bom.
Esse texto é só arte, explícita… “E todos viveram felizes para sempre” (mas o armário ficou vago…. pela índole que conhecemos, por pouco tempo)
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