Novamente Samanta me preocupou. Domingo inteiro sem comer nada. Só dormindo. Fomos novamente para o veterinário. Duas injeções, 55,00, nenhum diagnóstico, nenhum resultado, e um dono angustiado.
Ela estava praticamente desmaiada. Dormindo profundamente. Do jeito que eu a colocava, ela ficava, e eu fiquei desesperado.Minha prima disse que, mesmo sem crer em crendices, era para eu colocar uma fitinha vermelha nela. Olho gordo, será?! Será que existe? Será que eu ficar expondo ela assim faz as pessoas invejarem?
O que sei é que desabafando sobre minha angústia, todo mundo opina. Não que seja ruim, mas as vezes é chato. Comentários absurdos, outros nem tanto, resolvi fechar os ouvidos. E ignorei até mesmo as indicações do veterinário, que estava tão mais rico quanto eu estava mais pobre
Parei com os remédios, comprei um soro (dica de uma amiga _ tinham comentários coerentes), e fiquei assim até duas da manhã. Grudado nela, literalmente. A base de soro e carinho, e só! Ora no meu colo, ora no chão, ao meu lado, ela só dormia, e eu acabei dormindo também.
Acordei como de costume, com ela choramingando no canto da cama. Bom dia do seu jeitinho, me lambendo, me mordiscando. Fui para a cozinha, tudo igual, ração intácta. Mas percebi um certo desejo de comer. Cheirava e se afastava. Resolvi desobedecer mais uma vez as dicas e dei um pedacinho de minha torrada para ela. Ela comeu!
Era a primeira coisa que comia em mais de 24 horas. Joguei toda a ração super premium dela fora, e abri um saco da outra ração mais barata. Aquela, que a veterinária disse para não dar. E surpresa… Ela comeu super bem, bastante, bebeu água (que também não estava bebendo) e iniciou sua maratona de brincadeiras no tapete.
Ela não é minha filha, não é meu bebê. É meu cachorro, sou o dono dela e meu amor (de DONO, não de pai), pode ser tudo o que ela precisa. Sem remédios, sem frescuras.
Talvez eu compre uma colerinha vermelha…
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