Essa casa a gente encontrou numa praia meio deserta lá em Paraty. É uma casa linda, na beira da praia, com uma bela varanda. O lugar que qualquer um desejaria morar, penso! E me pego pensando ‘por que ninguém mora ai? Por que abandonaram tanta perfeição?’.
Ontem uma amiga, ouvindo meus murmúrios, disse ‘você é o homem que toda mulher gostaria de ter’. E eu sou mesmo. Eu me desconstruí, me refiz e me refaço sobre tendências e pedidos. Eu cuido, acaricio, cozinho. E se não estou cozinhando, abraço por trás com beijos na nuca como gratidão a quem cozinha pra mim (e lavo a louça depois). Eu sei conduzir, sei criar coisas boas pra lhe entreter. Te faço rir, te apresento um mundo diferente. Tenho uma bela varanda, mas estou abandonado.
Essa é minha condição e eu me encontro aqui nas redes sociais como se colocasse uma plaquinha de ‘vende-se’ nessa casa abandonada. Percebo isso pois eu uso as redes com uma insalubridade enorme, como se implorasse por atenção, para que alguém me habite, me reforme, tire esse monte de samambaias que crescem em minhas paredes me ameaçando ruir e desaparecer em blocos de concreto no meio do mato.
O que acontece, é que não quero ser isso. Meu espírito passional, apaixonado e ansioso, usa isso de maneira insalubre. Me expondo ora em lamúrias ora em arrogância, como simples forma de chamar sua atenção. Em vão… Pois sou uma casa abandonada…
Eu nunca escrevo sobre você aqui. É sempre sobre mim, sobre minhas espectativas ou impressões. Escrevo sobre personagens que crio em minha mente e que convido pra entrar, mas isso me faz mal, pois só há samambaias.
Enfim, pra curar tudo isso, me curar de mim, pensei e decidi parar um pouco. Dar um tempo das redes pois alimenta minha ansiedade. Assim como fiz com o youtube, fiz com o Telegram e agora faço com insta e face. Meus textos continuarão sendo escritos lá em meu blog, mas como ninguém entra lá se eu não chamo pelas redes, creio que não ficarei tão ansioso.
E as samambaias vão invadindo e me destruindo, até que só sobre pedras de uma construção antiga, um terreno livre pra ser ocupado e reaproveitado. Estou por ai, e você sabe onde me encontrar.
Espero reencontra-los (embora desisto).
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