Eu vivi tanto tempo sozinho, mesmo algumas vezes enamorado, com uma ou outra mulher, eu era sozinho. Acordava sozinho, passava o dia sozinho, algumas noites acompanhado por essas namoradas, mas dormia sozinho.
Agora, nesse momento da viagem, é tudo tão diferente. Conto que já conheci em 4 meses aproximadamente umas 50 pessoas. Dessas, umas 20 são pra valer, estão juntas de mim ainda, mesmo que já tenham ido embora fisicamente. Nos falamos quase sempre, mesmo que seja “bom dia, como você está?”.
Atualmente estou vivendo um momento aqui em Torres que me surpreende pela harmonia familiar. Talvez eu sempre tenha desejado isso quando morava em terra firme, mas só aqui eu realizo esse sonho:
Estar sentado a mesa diariamente, tomando café da manhã com pessoas que definitivamente não são dessa época. Como uma família, trocando idéias importantes, colocando o papo em dia, pensamentos, lições, ou simplesmente falando besteira e dando risada, muita risada…
Neste momento em que escrevo isso, eles retiram a mesa para lavar as louças (fui eu quem coloquei, então eles retiram), e Matias, um argentino que viaja com sua novia, canta em tom alto uma bela canção em castelhano. Eu não entendo uma palavra do que a canção diz, mas a energia que emana de sua voz, faz com que o ambiente fique gostoso.
Está tudo gostoso. É talvez um dos momentos mais aconchegantes da jornada até agora. E eu só tenho a agradecer…
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